quarta-feira, outubro 14, 2009

CAMPO ESCOLA NA PEDRA DO BAÚ


Bito Meyer e Eu conquistamos em Setembro de 2007, um Campo Escola no Baú, na Face Norte da Pedra do Baú.
Há alguns dias mais uma vez pude ver o Campo Escola sendo usado, havia ali um grupo de adolescentes (uns 15) treinando as técnicas de escalada, muitos em top rope, em total segurança e aprendendo a se movimentar e começando a escalar, e alguns guiando pela primeira vez.
Foi muito agradável ver o Campo Escola cumprindo sua vocação e sendo usado por gente alegre e que está aprendendo.

Quando presencio uma cena como essas tenho mais certeza ainda de que fizemos a coisa certa, realmente o Complexo do Baú precisava de um local adequado para o aprendizado da escalada em rocha.
Existem hoje 7 vias, sendo 5 com proteções fixas e 2 com proteções móveis e fixas, todas as vias são didáticas e pensadas para que o iniciante possa interagir com elas e com o grupo. Todos os materiais como chapeletas, chumbadores, etc.,foram conseguidos através de recursos próprios dos conquistadores e pelo Portal Brasil Vertical.
Sabemos da importância de se ter um local voltado a desenvolver e treinar as técnicas verticais. Considero treinar fundamental para evitar acidentes, as técnicas são básicas, simples e funcionais, não existe dificuldade em aprender o mecanismo básico que mantém um escalador vivo, só que é preciso treinar e muito.

Quando sugeri ao Bito, que fizessemos um Campo Escola na Pedra Baú, sabíamos que estavam faltando vias que possibilitassem aos novos escaladores e montanhistas treinarem com tranqüilidade, e o mais importante com segurança e em ambiente de montanha, junto a natureza e longe do tumulto das cidades ou de locais impróprios a prática da escalada, como o acostamento de uma rodovia,(depois dizem que escalar é perigoso?!").
Sabíamos antecipadamente que abrindo um campo escola num local tão óbvio, especial e agradável estaríamos ferindo o "ego inchado" de algumas pessoas, que por ali estão há quase duas décadas e não tiveram a "sacada" de que ali era um local ideal, na montanha, com sombra e com vias técnicamente viáveis para o iniciante.
Bom, pra quem tem preguiça de fazer uma caminhada , que leva 40 minutos, deve achar isso, ruim pros negócios..?!!!
E tem aqueles que não gostam de estar junto da natureza, gostam mesmo é de "afagos e chamegos", de cargos e política, de serem locutores de campeonato, reunião de padaria, de ler todos os livros, saber nomes e autores de cor, e ainda há aqueles que não merecem ter seus nomes lembrados na história e que preferem agir no mais puro estilo "politico Brasileiro" em prol da "governabilidade" e cervejinhas da semana, e virar a casaca, mesmo depois de ter frequentado, escalado, dado curso e muita risada ali mesmo, e que na hora do "vamos ver", de arriscar a pele ou carregar a mochila e encarar o abismo, "têm medo"!!!..

Esperamos que continue um espaço bastante freqüentado e com uso democrático e disponível a todos aqueles que desejam praticar, aperfeiçoar sua escalada ou
ensinar as técnicas de escalada. O Campo Escola do Baú é para a comunidade, é pra que todos usem de forma CONSCIENTE, seja treinando, dando cursos ou apenas se divertindo.
O Campo Escola do Baú fica localizado na face norte do Baú, à esquerda das escadinhas(aprox.20m), num pedacinho, isso mesmo num "pedacinho previlegiado" de rocha.

Assim manteremos a máxima que é: "O montanhismo gira em torno do iniciante e não do especialista". Divirtam-se!!!

Infos e betas escrevam para contato@brasilvertical.com.br e você pode baixar o croqui em pdf aqui: www.brasilvertical.com.br

RELAÇÃO DE VIAS
1.Céu
2.Chove e Molha
3.A Vingança do Suruburço
4.Dinos
5.O Fósforo
6.Bobônica
7.Presidente Pateta

sexta-feira, outubro 09, 2009

VIA "ANJOS COVARDES" NO BAÚ(5sup VIIb 120m) com variante "CAGÕES EM FUGA"


clique aqui para ver imagem ampliada no BV

"Anjos Covardes", é o nome da nova via na face norte da Pedra do Bau, que Bito Meyer e eu abrimos recentemente. São 120m de escalada tradicional/mista.
Esta via é técnicamente bastante exigente pois as duas primeiras cordadas contam com apenas uma proteção fixa e todo o restante é com proteções móveis(nuts,camalots,friends).
O início da via se localiza entre a via Seu Madruga e os Chaves e a via Latindo pra Poeira.
A primeira e a segunda cordadas são com proteção em móvel de colocações bastante delicadas, que demandam experiência por parte do escalador.
A via é relativamente exposta, nossa sugestão é E3 e nestas cordadas o escalador irá encontrar passagens de 7a/b obrigatórios.
A Anjos Covardes une-se a Latindo na 3 e 4 cordadas, separando-se novamente na 5 e úlitma cordada já em direção ao cume.
A 5 cordada sai a esquerda por uma fissura obvia e aérea, e depois segue com lances esportivos exigentes e obrigatórios nos últimos metros até chegar ao cume.
Uma segunda opção é sair da P4 pela variante "Cagões em Fuga", á direita em direção ao último lance das escadinhas. Esta variante é mais fácil tecnicamente, um 5 grau, porém exposto, sem opções de proteção.
Por toda a via ainda existem agarras que podem quebrar.
Já repetimos a via e é mais um belissimo,técnico e longo itinerário na Pedra do Baú, que estava escondido, e que se apresentou para um sábio olhar.
Esta é uma via pra quem sabe escalar e gosta. Como vcs sabem este tipo de via tem seu risco, algumas colocações das peças móveis sao irregulares e elas serão sua segurança.

Infos e betas entrem em contato pelo email: contato@brasilvertical.com.br

Boas escaladas

Karina Filgueiras

quinta-feira, outubro 08, 2009

BIKE NOTURNO EM SAMPA


Convidada por minha amiga Andrea Spagna, quarta feira passada saí pra mais um pedal noturno em São Paulo. Apesar da noite fria de 14 graus, a turma estava lá animada, cerca de 30 pessoas,na Haddock Lobo. Começamos a pedalar as 21:30hs. A única exigência é que vc esteja com os equipos de segurança, capacete, luvas, luzes na bike traseira e dianteira, e é claro algum preparo físico. Depois fiquei sabendo que este pedal do Alemão é considerado um dos "fortes" de Sampa, ou seja, haja pernas e fôlego. Não se cobra nada pra participar, é gratuíto.

O ROTEIRO

Ufaa!! Foram 45km! Contando com a ida e volta pra casa. Sáimos da Haddock Lobo, subimos para Paulista e seguimos para região do Pacaembú, aproveitando o "downhill e curvas das ruas", passamos por Higienópolis e descemos em direção a Barra Funda, numa determinada esquina um frequentador de boteco de calçada me pergunta "hei aonde vcs estão indo?" e eu respondi "não tenho a mínima idéia", bom risos de todos os que estavam na mesa e acho que pensaram "o que esses loucosestão fazendo neste frio ?"
Seguimos para ponte cruzando a marginal e entramos na Braz Leme, a percorremos quase toda, meia volta, passamos pela Av. Santos Dumont e seguimos pela Tiradentes já no centro, passando na frente da Pinacoteca, linda toda iluminada, e fomos em direção ao centrão da cidade, chegamos a estação da Luz/Julio Prestes, ali descemos das bikes pra passar por dentro da estação, que continuava lotada, as 22:30hs da noite.

Ali uma linda surpresa, havia um piano(bem velho) no centro da entrada e um rapaz tocava música clássica, foi um momento até emocionante, percebíasse que era um morador da região, humilde de chinelos e bermudão, bom paramos todos, apreciamos alguns minutos de música e aplaudimos. Foi de arrepiar, quando poderia imaginar que no centrão de Sampa seríamos testemunhas de uma cena cultural praticada pelo cidadão comum, o que prova que se houver um mínimo de sensibilidade e apoio por parte da prefeitura poderemos ter uma cidade mais humana, mesmo sendo uma selva de pedra.

BIKE, PIANO E ESTAÇÃO DA LUZ

Bom de volta ao pedal, até aí já havíamos pedalado cerca de 25km aprox., e seguimos pelo centro, região da Luz, Largo São Bento, Viaduto do Chá, Teatro Municipal, Barra Funda novamente, rua Turiassú em direçao a Av. Sumaré, até aki já batia 30km de pedal forte. Começamos a subir a Av. Sumaré até a Paulista...confesso que aki minhas pernas já estavam me lembrando de sua existência. Finalmente chegamos na Paulista ufaa, que descanso pras pernas e fomos pra rua Haddock Lobo no ponto final. Neste dia não teve cerveja com coxinha, já era tarde e a rotina do paulistano é pesada. E eu ainda tinha o pedal até em casa. Foi um roteiro sensacional, passando pelo centrão de Sampa, com uma turma animada, divertida, competente e por ser uma turma grande é bastante seguro, tanto pelo trânsito que nesta hora já está bem mais tranquilo, quanto pela marginlidade, não houve nenhum contratempo ou perigo durante todo o percurso, a não ser os "espírito de porco", mal educados que realmente não respeitam a bike e a ninguém, mas no geral todo mundo acha um movimento bonito de ver, aquele monte de bikes com suas luzinhas piscantes, não deixa de ser um espetáculo e de deixar a cidade mais bonita e alegre! Galera, recomendo Bike noturna por Sampa, além da atividade física, é uma turma animadíssima.

"Boas pedaladas, respeite um carro a menos"